26 abril 2007

LAMENTO


Vento...
Tempo...
Porque passais a correr,
Se nunca eu vos vi parar?
Dai-me tempo para amar...
Nem o tempo nem o vento
Páram naquele momento
Em que tudo o que eu mais queria
Era senti-los parar...
Ah, se eles parassem...!
E quando devem correr,
Tanto o vento como o tempo
Movem-se num lamento,
Como se eles também chorassem...
Diz-me tempo!
Diz-me vento!
Porque me dais este castigo?
Devíeis correr depressa e, ao invés,
Chorais comigo...

Luis Beirão

4 comentários:

Anónimo disse...

Faremos o que quisermos com o pensamento sobre o tempo. Faremos o quisermos, aliás, com todos os pensamentos.

Claudia Sousa Dias disse...

Gostei.

O teu blog continua lidíssimo.

CSD

Anónimo disse...

São os nossos momentos que fazem os tempos, é verdade muito verdade este poema, é lindo, interiorizo-o, porque são duas palavras que estão sempre comigo, o vento do norte o da mudança, que faz com o tempo não ande, e a brisa que bate na cara e é leve, e queremos que permaneça sempre e aí sim, lamentavelmente o tempo corre.

Luis Beirão disse...

Dal,

A noção de tempo (e de tempos) sempre fascinou poetas, escritores, artistas e o ser humano em geral.
Além da faculdade de sentirmos o(s) nosso(s) próprio(s) tempo(s), existe depois a sensibilidade - capacidade para nos apercebermos do(s) tempo(s) alheio(s).

Bjs


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