16 dezembro 2009
POESIA DE CHOQUE - SESSÃO Nº9
19 novembro 2009
POESIA DE CHOQUE - SESSÃO Nº8
05 novembro 2009
PORTUGAL(IDADES) E OUTRAS HISTÓRIAS
Portugal(idades) e outras Histórias - espectáculo poético-musical da autoria de:
Carlos Andrade (voz e guitarra acústica)
Luís Filipe Carvalho (voz)
17 setembro 2009
POESIA DE CHOQUE - SESSÃO Nº7
Projecto de A. Pedro Ribeiro e Luís Carvalho.
Mais informações ao clicar AQUI
16 setembro 2009
POESIA NO AR - AVANÇAR POESIA
O Ar de Café fica na Rua de Goa nº 109, em Ermesinde (a cerca de 4 km da Areosa-Porto). Para saber onde fica e outras questões: m.nogueira85@gmail.com Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
30 agosto 2009
MENINO QUE VAIS NA RUA

não cantes nem chores: berra!
Cospe no céu e na lua
e aprende a pisar a terra.
Aprende a pisar o Mundo.
Deixa a lua aos violinos
dos olhos dos vagabundos
e dos poetas caninos.
Aprende a pisar a vida.
Deixa a lua às costureiras
- pobre moeda caída
de quem não tem algibeiras.
Aprende a pisar no chão
o silêncio do luar
sem sentir no coração
outras pedras a gritar.
Pisa a lua sem remorsos,
estatelada no solo...
Não hesites! Quebra os ossos
dessa criança de colo.
Pisa-a, frio, com coragem,
sem olhos de serenata:
que isso que vês na paisagem
não é ouro nem é prata.
Menino que vais na rua,
não chores, nem cantes: berra!
ou, então, salta p'rá lua
e mija de lá na terra.
30 julho 2009
SAGRAÇÃO DO DIA (ANA EUGÉNIO)
Tive também o prazer de constatar que alguém filmou (e com qualidade de som aceitável) o que aqui reproduzo:
Há mais um vídeo, que encontrarão ao clicar AQUI
21 julho 2009
POESIA DE CHOQUE (EM S. JOÃO DA MADEIRA)

Música por Sara e Blandino.
Apareçam, se puderem.
Galerias Avenida - Cave; S. João da Madeira
QUARTAS MALDITAS - POETRIX... A NOVA PANDEMIA
Tema: Poetrix... a nova Pandemia
(leitura e discussão acerca do novo género poético - o poetrix)
Convidado:
Martinho Branco - coordenador nacional do MIP (Movimento Internacional Poetrix)
Colaboradores:
Anthero Monteiro (coordenador); António Pinheiro; Isabel Marcolino; Mário Vale Lima; Marta Tormenta, Rafael Tormenta
Poesia. Música. Conversa. Entrada gratuita.
15 julho 2009
PEÇO A PAZ

e o silêncio
A paz dos frutos
e a música
de suas sementes
abertas ao vento
Peço a paz
e meus pulsos traçam na chuva
um rosto e um pão
Peço a paz
silenciosamente
a paz a madrugada em cada ovo aberto
aos passos leves da morte
A paz peço
a paz apenas
o repouso da luta no barro das mãos
uma língua sensível ao sabor do vinho
a paz clara
a paz quotidiana
dos actos que nos cobrem
de lama e sol
Peço a paz e o
silêncio
Casimiro de Brito
Fotografia: Yamamoto Ortiz, Mogi das Cruzes, São Paulo (Brasil)
Nota sobre o poeta: Nasceu no Algarve em 1938, e aí viveu até 1968. Estudou em Londres e depois de uns anos na Alemanha, foi viver para Lisboa. Teve diversas profissões, mas actualmente dedica-se apenas à literatura. Começou a publicar em 1947 e desde então foram mais de 40 títulos. Esteve ligado a importantes movimentos de poesia do séc.XX, dirigiu diversas revistas e ganhou vários prémios. Foi vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores e director de festivais internacionais de poesia. Tem também traduzido poesia de várias línguas.
POESIA NO AR - NO CALOR DO VERÃO
Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
09 julho 2009
ONDA POÉTICA - MAR E MARESIA
Quinta (hoje), 21.30 h
Junta de Freguesia de Espinho
Leitura de poemas pelos participantes
Interlúdios musicais.
17 junho 2009
POESIA NO AR - PORTUGALIDADES
Poesia. Música. Conversa.
Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
POESIA DE CHOQUE - SESSÃO Nº6

Música por Sara e Blandino.
Apareçam, se puderem.
05 junho 2009
LEMBRANÇA DE PERDER TUDO - IV

a tua ausência é, em cada momento, a tua ausência.
não esqueço que os teus lábios existem longe de mim.
aqui há casas vazias. há cidades desertas. há lugares.
mas eu lembro que o tempo é outra coisa, e tenho
tanta pena de perder um instante dos teus cabelos.
aqui não há palavras. há a tua ausência. há o medo sem os
teus lábios, sem os teus cabelos. fecho os olhos para te ver
e para não chorar.
José Luís Peixoto
Fotografia: Michael Zimmermann, Berlim (Alemanha)
Nota sobre o poeta: Nasceu em Galveias (Portalegre) em 4 de Setembro de 1974. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Nova (Lisboa). Trabalhou como professor em Praia (Cabo Verde) e em várias cidades de Portugal. Publica poesia, prosa e tem escrito peças de teatro. Recebeu vários prémios pela sua obra: Prémio Jovens Criadores (Literatura) em 1997, 98 e 2000 e Prémio Literário José Saramago em 2001. A cidade de Ponte de Sôr criou um prémio para jovens autores com o seu nome. Para mais informações, clicar por exemplo AQUI
28 maio 2009
CARTA DE UM CONTRATADO
amor
uma carta que dissesse
deste anseio
de te ver
deste receio de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...
Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta de confidências íntimas
uma carta de lembranças de ti
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como dilôa
dos teus olhos doces como macongue
dos teus seios duros como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...
Eu queria escrever-te uma carta
amor
que recordasse nossos dias na capôpa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura
da nossa paixão
e a amargura nossa separação...
Eu queria escrever-te uma carta
amor
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kieza
que a relesses sem a frieza
do esquecimento
uma carta que em todo Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento...
Eu queria escrever-te uma carta
amor
uma carta que te levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levasse puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor...
Eu queria escrever-te uma carta...
Mas ah meu amor, eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem
que tu não sabes ler
e eu - Oh! Desespero – também não sei escrever!
António Jacinto
Fotografia: Andrew Mogridge, East London (África do Sul)
-->
25 maio 2009
QUARTAS MALDITAS - ROSAS BRANCAS PARA ALICE
21 maio 2009
BASTAVA-NOS AMAR

o mar. E o corpo? E o que nele se enleia?
E bastava. Bastava respirar
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fotografia: Anónimo (R. Unido)
19 maio 2009
POESIA DE CHOQUE - SESSÃO Nº5

Música por Carlos Andrade.
Apareçam, se puderem.
Mais informações ao clicar AQUI
12 maio 2009
POESIA NO AR - CANTAR UM MÊS DE GIESTAS

Poesia. Música. Conversa.
Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
ONDA POÉTICA - ROSA ROSAE
Quinta, 14 Maio, 21.30 h
Junta de Freguesia de Espinho
Poesia sobre rosas e Rosas... folhas, caules, raízes e espinhos.
Leitura de poemas pelos participantes
Interlúdios musicais: Grupo de Baladas Nostalgia
28 abril 2009
A VIRGINDADE DA MADALENA

(nono ano, esc. sec. josé régio, vila do conde, oitenta e sete)
não levantes a saia enquanto te espreito,
seria demasiado perigoso se me
tornasses impossível resistir-te
já tenho apreciado o modo como
segues pela rua olhando para a
janela do meu ansioso quarto
já tenho suspeitado que, como eu,
queres que o teu corpo aconteça
esplendorosamente junto ao meu
e só não te toquei ainda
porque me seduz a proximidade da
primavera e a ideia de esperar
conheço um campo que se enche de
flores, era lá que te queria nua,
a saia no chão para não te sujares
e deus queira não saibas quase nada,
mais me apetece poder ensinar-te
coisas pequenas que te pareçam descomunais
Valter Hugo Mãe
Poeta que reside em Vila do Conde, e que já tive o prazer de conhecer. Prémio Literário José Saramago 2007. Para mais informações, clicar AQUI
Imagem: Joana Croft (Matosinhos - Portugal)
23 abril 2009
POESIA NO AR - REPRODUZIR A ESPERANÇA...

Poesia. Música. Conversa.
Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
21 abril 2009
QUARTAS MALDITAS - ESTE AMOR DE LIBERDADE
(encenação poético-musical em torno do 25 de Abril)
Colaboradores:
Anthero Monteiro; António Pinheiro; Carlos Andrade (voz e guitarra acústica); Diana Devezas; Isabel Marcolino; Luís Carvalho; Mário Vale Lima; Marta Tormenta, Rafael Tormenta
Representação. Poesia. Música. Conversa. Entrada gratuita.
07 abril 2009
ONDA POÉTICA - ASTROPOESIA
Junta de Freguesia de Espinho
Poesia sobre estrelas, astros, astronomia, etc.
Leitura de poemas pelos participantes
Interlúdios musicais: Carlos Andrade
02 abril 2009
POESIA NO AR - NATURALMENTE...
Poesia. Música. Conversa.
Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
27 março 2009
POESIA E SAPATOS

24 março 2009
QUARTAS MALDITAS - LUA
(poemas sobre lua e luar)
Convidados: Rosa Brandão (pianista) e Carlos Andrade (voz e guitarra acústica)
Leitores e colaboradores:
Anthero Monteiro (coordenação); António Pinheiro; Diana Devezas; Isabel Marcolino; Luís Carvalho; Mário Vale Lima; Marta Tormenta, Rafael Tormenta
Poesia. Música. Conversa. Entrada gratuita.
18 março 2009
POESIA NO AR - O MISTÉRIO DA POESIA

Sessão de participação livre.
O Ar de Café fica na Rua de Goa nº 109, em Ermesinde. Para saber onde fica e outras questões: 93 256 6517. Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
12 março 2009
POESIA DE CHOQUE - SESSÃO Nº3

"A poesia não tem que ser a dos prémios nem das honras nem das solenidades. Essa poesia existe. Respeitamo-la, mas não é dela que vamos tratar. Vamos tratar da poesia que incomoda, que se diz e se escreve a gritar, da poesia que vai contra a norma, da poesia daqueles que não se conformam com um mundo único e irreversível. Vamos tratar da poesia que fala do amor mas não o amor ingénuo e previsível, do amor como urgência do ser humano íntegro e integral. Vamos tratar da poesia que fala da liberdade sem limites, absoluta, da liberdade livre da criação. Vamos tratar da poesia que canta o decadente, o maldito, aquele que vive como poeta para lá das convenções, para lá das linhas rectas."
Música por um convidado.
Apareçam, se puderem.
ONDA POÉTICA - ÁRVORES PARA ABRAÇAR
Sessão nº122
09 março 2009
CARTA DE ÉMILE; CARTA A ÉMILE

Carta de Émile
a minha cidade tinha um rio
donde sobe hoje o cheiro a corações de lodo
e um enflúvio de enxofre e de moscas cercando
as cabeças dos vivos
as pontes
as que vi ruírem nas imagens dos jornais
continuam de pé algures na memória
mas não podíamos sair dali
ir falar ou trocar fosse o que fosse – ou resistir
porque não tínhamos nada para trocar excepto
a fome e a vontade inabalável de viver
nem pão nem balas
nem esperança – e cada um de nós metamorfoseou-se
num cemitério ambulante – cada um de nós
sepultou na alma uma quantidade desumana
de dor e de mortos
tudo se decompõe
apodrece
e as mãos enterram-se no estrume das horas – assim
te escrevo
sentado na parte mais triste do meu corpo
noite dentro
a boca a encher-se-me de ossos – até que irrompa a manhã
e os tiros recomecem
e a cinza do cigarro caia no chão
e em mim cresça uma alegria maligna
(...)
Carta a Émile
a guerra daqui não mata – mas abre fissuras
nos nervos – é o que te posso dizer
deste país que escolhi para definhar
a cidade é um amontoado de lixo de tapumes
de sucata e de casas que se desmoronam
a realidade estragou os olhos das crianças
no fim do corpo em que me escondo espalhou-se
a treva onde
guardo a corola azulínea de tua ausência
e o marulho nítido de um mar que canta
e um calor sísmico nos lábios que beijaste
é-me difícil continuar a escrever-te
o que me destrói – sei que estou fodido
e tu já não és meu
preparo-me para entreabrir os olhos e
deixar escorrer a convulsão oleosa das lágrimas
e das coisas tristes
Al Berto
Imagem: Joakim Buchwald, Valby (Dinamarca)
05 março 2009
POESIA NO AR - UMA FLOR NASCEU

O Ar de Café fica na Rua de Goa nº 109. Para saber onde fica e outras questões: 93 256 6517. Ou então, ver um mapa de como chegar ao clicar AQUI
25 fevereiro 2009
POESIA NO AR - POESIA DE CAFÉ

Entre outras vozes: poesia dita por Luís Filipe Carvalho
Para saber como chegar e outras informações: 93 256 6517
Ou então, ver o mapa de como chegar a partir do Porto - Aliados (ou escolher outro local de origem), ao clicar AQUI
QUARTAS MALDITAS - GATOS
(poemas sobre gataria)
Convidados: Graça Marto (pintora, autora de colectânea de textos sobre animais e fundadora do MIDAS); Rosa Brandão (pianista, dirigente da SOS AniArouca)
Leitores e colaboradores:
Anthero Monteiro (coordenação); António Pinheiro; Diana Devezas; Isabel Marcolino; Luís Carvalho; Mário Vale Lima; Rafael Tormenta
Poesia. Música. Conversa. Entrada gratuita.
18 fevereiro 2009
A DÉBIL

Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.
Sentado à mesa dum café devasso,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura,
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.
E, quando socorreste um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, saudável.
"Ela aí vem!" disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.
Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, — talvez que não o suspeites! -
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.
Ia passando, a quatro, o patriarca.
Triste eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava das exéquias dum monarca.
Adorável! Tu, muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.
Sorriam, nos seus trens, os titulares;
E ao claro sol, guardava-te, no entanto,
A tua boa mãe, que te ama tanto,
Que não te morrerá sem te casares!
Soberbo dia! Impunha-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar sobre o teu peito.
Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E de altos funcionários da nação.
"Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!"
De repente, paraste embaraçada
Ao pé dum numeroso ajuntamento.
E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Uma pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.
E foi, então, que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Eu, que sou hábil, prático, viril...
Cesário Verde
Imagem: Rachel Warner (Cincinnatti, Ohio, EUA)
11 fevereiro 2009
POESIA DE CHOQUE - SESSÃO Nº2

Música por um convidado.
Apareçam, se puderem.