21 maio 2009

BASTAVA-NOS AMAR


Bastava-nos amar. E não bastava
o mar. E o corpo? E o que nele se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.

Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.

Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava.
Bastava respirar

a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.

Fazer amor contigo, sobre a areia.



Joaquim Pessoa

Fotografia: Anónimo (R. Unido)

13 comentários:

Unknown disse...

Para mim basta...amar.

Luis Beirão disse...

Olá Ed,

Na teoria, toda a gente concorda com este poema ;-). Mas digo bem, na teoria. Na prática, poderemos perguntar-nos se basta mesmo...

Bjs,
Luis

Anónimo disse...

Amor...paixão...alma...essa dança que não se quer solitária...amar, amar só por si só...é ter sede e não sentir o gosto refrescante da agua que escorre por entre os lábios...amar...é fazer correr a agua nas fontes...

Cinderela das Histórias disse...

Será q basta amar? Para mim basta...
mas como toda a gente...
cada um ama de forma diferente,
E a minha forma de amar, a q para mim basta,
aí se calhar já não é suficiente
aí se calhar... essa forma já não basta.

Claudia Sousa Dias disse...

já tinha saudades desta tuas magníficas selecções poéticas...


:-)

beijinhos


csd

Luis Beirão disse...

Olá anónimo,

Vejo que o poema te tocou de alguma forma. Ainda bem, fico contente. Sinal de que foi uma boa selecção.

Abreijos,
Luis

Luis Beirão disse...

Olá Isabel,

Obrigado pela visita.
Tens razão, o amor será diferente em cada um de nós (e ainda ebm que é assim, digo eu).
O que basta para uns, não é suficiente para outros.

Bjs,
Luis

Luis Beirão disse...

Olá Cláudia,

Devo confessar que também eu tinha saudades...
Com tanta poesia que tenho andado a dizer em tanto lado e a respectiva divulgação, não sobra espaço para colocar um poemita, o que muito me entristece...
Isso, somado ao facto de que não pretendo postar "desenfreadamente" todos os dias, mas a um ritmo mais lento (ninguém pode sinceramente prestar atenção quando a informação se processa em catadupa, e isso já nos temos o bastante nas nossas vidas) - fez com que há uns tempos não postasse um poema.

Bjs,
Luis

Claudia Sousa Dias disse...

eu também tento publicar a um ritmo lento - senão não teria leitores - mas é preciso gostar de crítica luiterária para ler o hasempreumlivro...


o rendez-vous é que é um pouco mais levezinho

:-))


csd

Unknown disse...

Hum...
Amar sem arame farpado (foto) talvez resulte na prática ;)
Mil beijos

Luis Beirão disse...

Olá Claúdia,

Para o Há sempre um Livro é de facto necessário isso. E, de preferência, ter lido o livro em causa...

Bjs,
Luis

Luis Beirão disse...

Ed,

O arame farpado, por vezes, torna-se se calhar inevitável...

Bjs,
Luis

Claudia Sousa Dias disse...

também prefiro sem.


csd


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