O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Nota: Bem sei, outro cliché, mas não resisti neste momento particular.
3 comentários:
Lindo!
O coração é feito de malaguetas? Deve arder...
:-D
eh eh, tinha uma com framboesas... mas esta era melhor, esta mais espalhada... aos pedaços...
O comboio de corda, que ás vezes não roda não....
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