28 dezembro 2011

EPÍLOGO

Estas páginas foram escritas a caminhar sobre a água, e só assim se podem ler. Não procurei nada, não retive nada. Limitei-me a acusar o choque — brutal, por vezes — de um grão de pólen ou de uma brisa inesperada.

Não conheço outro ritmo que não seja o das estações. Outra música que não a das gotas de chuva nos limoeiros. Outra fuga que não a de um pássaro assustado com a sua própria sombra.

No fundo, o que me recuso a acreditar é que estejamos condenados. Apesar dos prados envenenados, da lenta agonia dos rios e do mar. Da atmosfera cada vez mais carregada das cidades. Contanto que a poesia seja — continue a ser —

um lugar
onde ainda se pode
respirar


Jorge de Sousa Braga

4 comentários:

Claudia Sousa Dias disse...

onde se possa fazer poesia. Há um convite para vires declamar a famalicão: Fernando Pessoa. No Museu ferroviário. Posso dar o meu contacto ao teu colega?

csd

Luis Beirão disse...

Cláudia,

Podes. Mas é certo e sabido que agora o meu tempo é contado. Veremos...

Bjs

António Je. Batalha disse...

Vim para encontrar novos amigos e ao mesmo tempo divulgar meu blog, encontrei o seu blog que óptimo,
Quero apresentar o Peregrino E Servo.
Se desejar fazer parte esteja à vontade.
Sou António Batalha.

Anónimo disse...

simply stopping by to say hi


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