São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
2 comentários:
Voltaste a postar poesia. Que bom. Também será espectacular se voltar a ver alguma coisa escrita por ti.
CSD
CSD, veremos, mas sim: agora é hora de usar o tempo para fazer algo liberto de todo e qualquer constrangimento prático, abreijos!
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