22 maio 2007

MENSAGEM


Não me posso render, haja o que houver.
Salvar a vida pouco me adianta.
O pendão que levanta
A minha decidida teimosia,
Transcende a noite e o dia
De uma breve e terrena duração.
Luto por todos e também por mim,
Mas assim:
Desprendido da própria perdição.
É o espírito da terra que eu defendo,
Numa cega constância de namorado:
Esta causa perdida em cada instância,
E sempre a transitar de tempo e de julgado.
.
Miguel Torga
..
Nota: Poema curto mas belíssimo, dedico ao amigo Carlos Andrade, na voz de quem já o ouvi cantado muitas vezes.

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