03 agosto 2011

O PALÁCIO DA VENTURA


Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!


Antero de Quental
(foto: portões de palácio em Fez - Marrocos; autor: Martin E. Jones, Penarth, Reino Unido) 



Nota: Às vezes, poesia dos nossos mais antigos também vem a propósito. Hoje, lembrei-me deste poema, que conheço há muito tempo, ao ouvir por acaso "Cavaleiro andante", música cantada por Rui Veloso.

3 comentários:

Claudia Sousa Dias disse...

já tinha saudades dos teus posts...


Tb tenho de publicar os textos que tenho atrasados...amanhã ou no máximo na 3ª publico o comentário a "O Amor nos tempos de cólera"


csd

Luis Beirão disse...

Olá Cláudia,

Sim, de vez em quando não apetece postar. Por obrigação, nunca.
Bjs.

Leunam Max disse...

https://myspace.com/tecnomachineandguitar/music/song/15-palacio-da-ventura-83880173-92587637


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