06 maio 2011

UM EPÍLOGO

 
Quando estes poemas parecerem velhos,
e for risível a esperança deles:
já foi atraiçoado então o mundo novo,
ansiosamente esperado e conseguido
- e são inevitáveis outros poemas novos,
sinal da nova gravidez da Vida
concebendo, alegre e aflita, mais um mundo novo,
só perfeito e belo aos olhos de seus pais.

E a Vida, prostituta ingénua,
terá, por momentos, olhos maternais.
 


Jorge de Sena
(Imagem original: Shlomit Wolf, Jerusalém - Israel)

Nota: Nestes tempos, em que mais do que nunca vemos a iminência da mudança a bater-nos à porta (para não dizer na face, e quem sabe - o futuro o dirá - com violência), relembro este poema. Lembro também Aldous Huxley e George Orwell... Mas mais do que a lembrança, a ânsia por novos poemas, e novos discursos...

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