Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.
Alberto Caeiro
3 comentários:
pois está...
lindo, todo este poema.
O Caeiro tem que se lhe diga, é de uma racionalidade imensa... (mesmo sabendo que nem todos comungam desta minha opinião)
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