Que é do anjo das asas rutilantes
Com que lutou Jacob, na madrugada?
Que é desse outro, de falas sussurrantes,
Que surgiu a Maria, a fecundada, Tão casta e sem pecado como dantes?
Que é da estrela, pela mão de Deus lançada
A guiar os incertos caminhantes
Ao colmo da cabana consagrada? Onde estão os sinais que Deus envia?
Onde estão, que os procuro noite e dia
Sem nunca ver cumprido o meu desejo? Não os vejo e não sei se eu, que os procuro,
Os não encontro porque sou impuro,
Ou sou impuro porque os não vejo. Reinaldo Ferreira (Fotografia: Peterson Dias, Londrina, Paraná, Brasil) |
27 janeiro 2011
VISITAÇÃO
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5 comentários:
Mesmo com nossa impureza Deus nos ama. Ele odeia o pecado mas ama o pecador. Somos sua imagem e semelhança, moldados pelo próprio Amor. Mesmo não vendo os seus sinais Ele é real, aje e faz. Deus está até mesmo nessa procura, do teu desejo de encontra-lo.
Sem me alongar muito e procurando não ferir susceptibilidades, a questão principal neste poema parece-me ser a dos milagres, a dos "sinais"... e a da mistificação que se faz à volta dos mesmos. E acho ser a isso que alude o Reinaldo Ferreira.
Pessoalmente, não duvido que deus (ou algo sem nome a que decidimos chamar assim)o amor e a vida, se encontrem nas mais pequenas coisas. Muito menos na(s) fome(s), na sede(s) e na(s) busca(s)daqueles que, com espírito justo, anseiam por água(s), pão(ães), amor ou saber.
A impureza do meu cepticismo só deixa que encontre essa beleza quando me afasto da cidade.
Mas a fé de que fala Jeania, temo que se tenha volatilizado desde que as mãos da minha avó desapareceram da face da terra deixando de fazer florir o pessegueiro cujos frutos abríamos ao meio no Verão, Retirávamos as lagartas e comíamos praticamente sem lavar...
Pois... as cidades não são lá muito propícias a encontrar esses sinais... sobretudo sem avó(s) para auxiliar.
A verdade é que também eu os encontrava melhor quando andava com os meus amigos de 4 patas, na companhia agradável de Pan ou à noite, na companhia da sua amada Selene.
Belos tempos.
;-)
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