29 março 2011

POESIA NA TABERNA - MÁSCARAS, DISFARCES & MENTIRAS

 (clicar na imagem para ver maior)

Quem quiser ir até lá, beber um copo, dar duas de treta e contar umas patranhas, é bem-vindo. Música, poesia e um bom ambiente. Para saber onde fica, clique AQUI 
A sessão de poesia e convívio começa às 22.30 h, aberta à participação de todos.
Para os interessados, está previsto jantar antes perto do local, pelas 21 h. Reservas deverão ser feitas idealmente até Quinta ao final do dia para beirao@hotmail.com 

23 março 2011

POEMA DA ETERNA PRESENÇA

Estou, nesta noite cálida, deliciadamente estendido sobre a relva,
de olhos postos no céu, e reparo, com alegria,
que as dimensões do infinito não me perturbam.
(O infinito!
Esta incomensurável distância de meio metro
que vai desde o meu cérebro aos dedos com que escrevo!)
O que me perturba é que o todo possa caber na parte,
que o tridimensional caiba no dimensional, e não o esgote.

O que me perturba é que tudo caiba dentro de mim,
de mim, pobre de mim, que sou parte do todo.
E em mim continuaria a caber se me cortassem braços e pernas
porque eu não sou braço nem sou perna.

Se eu tivesse a memória das pedras
que logo entram em queda assim que se largam no espaço
sem que nunca nenhuma se tivesse esquecido de caír;
se eu tivesse a memória da luz
que mal começa, na sua origem, logo se propaga,
sem que nenhuma se esquecesse de propagar;
os meus olhos reviveriam os dinossáurios que caminham sobre a Terra,
os meus ouvidos lembrar-se-iam dos rugidos dos oceanos que engoliram continentes,
a minha pele lembrar-se-ia da temperatura das geleiras que galgaram sobre a Terra.

Mas não esqueci tudo.
Guardei a memória da treva, do medo espavorido
do homem da caverna

que me fazia gritar quando era menino e me apagavam a luz;
guardei a memória da fome;
da fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez estender os lábios sôfregos para mamar quando cheguei ao mundo;
guardei a memória do amor,
dessa segunda fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez desejar a mulher do próximo e do distante;
guardei a memória do infinito,
daquele tempo sem tempo, origem de todos os tempos,
em que assisti, disperso, fragmentado, pulverizado,
à formação do Universo.

Tudo se passou defronte de partes de mim.
E aqui estou eu feito carne para o demonstrar,
porque os átomos da minha carne não foram fabricados de propósito para mim
Já cá estavam.
Estão.
E estarão.


António Gedeão
(Fotografia: Gozde Otman, Istambul, Turquia)


Nota: como sempre, aconselha-se consulta do original, realces são da minha responsabilidade.

21 março 2011

POESIA DE CHOQUE - ECOS DA ÚLTIMA SESSÃO



Aqui fica, para os interessados, a pequena reportagem feita pela LUSA para o Canal de Notícias do SAPO. Para lerem a notícia completa, podem clicar AQUI.

14 março 2011

POESIA DE CHOQUE (21)

 Quinta (dia 17), 22.00 h
Projecto de A. Pedro Ribeiro e Luís Carvalho

Apresentação do livro: "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas" de A. Pedro Ribeiro
Intervenção: Suzana Guimaraens
Passagem de música por: DJ Dirty Vinyl (Luís Oliveira)

Apareçam! Mais informações ao clicar AQUI

09 março 2011

POESIA NA TABERNA - MULHER & POESIA

(clicar na imagem para ver maior) 
Café e Livraria Gato Vadio (Porto)

Quem quiser ir até lá, beber um copo e juntar-se a este momento de poesia e conversa, é bem-vindo. Música, poesia e um bom ambiente. Para saber onde fica no Porto, clique AQUI

03 março 2011

DISTANTE MELODIA

Num sonho de Íris morto a oiro e brasa,
Vem-me lembranças doutro Tempo azul
Que me oscilava entre véus de tule -
Um tempo esguio e leve, um tempo-Asa.

Então os meus sentidos eram cores,
Nasciam num jardim as minhas ânsias,
Havia na minha alma Outras distâncias -
Distâncias que o segui-las era flores...

Caía Oiro se pensava Estrelas,
O luar batia sobre o meu alhear-me...
- Noites-lagoas, como éreis belas
Sob terraços-lis de recordar-me!...

Idade acorde de Inter-sonho e Lua,
Onde as horas corriam sempre jade,
Onde a neblina era uma saudade,
E a luz - anseios de Princesa nua...

Balaústres de som, arcos de Amar,
Pontes de brilho, ogivas de perfume...
Domínio inexprimível de Ópio e lume
Que nunca mais, em cor, hei-de habitar...

Tapetes de outras Pérsias mais Oriente...
Cortinados de Chinas mais marfim...
Áureos Templos de ritos de cetim...
Fontes correndo sombra, mansamente...

Zimbórios-panteões de nostalgias,
Catedrais de ser-Eu por sobre o mar...
Escadas de honra, escadas só, ao ar...
Novas Bizâncios-Alma, outras Turquias...

Lembranças fluídas... Cinza de brocado...
Irrealidade anil que em mim ondeia...
- Ao meu redor eu sou Rei exilado,
Vagabundo dum sonho de sereia...


Mário de Sá-Carneiro
(Fotografia: Ana Almeida Santos

Nota: como sempre, aconselha-se consulta do original, realces são da minha responsabilidade.

02 março 2011

QUARTAS - POESIA & CINEMA


Hoje, 22 horas

Sessão mensal das Quartas Mal Ditas, com o tema: Poesia & Cinema.
 
Guião / Coordenação: Anthero Monteiro
Convidado especial:Cláudia de Sousa Dias
Leituras por: Amílcar Mendes, Ana Almeida Santos, Anthero Monteiro, António Pinheiro, Cláudia Pinho, Diana Devezas, Luís Beirão, Mário Vale Lima e Rafael Tormenta

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